quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Ema


A ema (Rhea americana (L.)), também chamada nandu, nhandu, guaripé e xuri, é uma ave corredora da família Rheidae, cujo habitat se restringe à América do Sul. Comum, de forma localizada, em campos naturais, cerrados, áreas agropecuárias, vive nas planícies do Brasil até o sul da Argentina. Apesar de possuir grandes asas, não voa. Usa as asas para se equilibrar e mudar de direção na corrida. Tem a peculiaridade de serem os indivíduos masculinos os responsáveis pela incubação e o cuidado com os filhotes.              
Há cinco subespécies de emas existentes atualmente, as quais não são facilmente distinguíveis entre si. Contudo um dos principais traços de distinção é a mancha preta na garganta e a diferença na altura entre as subespécies.            
Rhea americana albescens: vive nas planícies da Argentina (partes norte e leste do país), sul do Paraguai e sudoeste do Brasil;Rhea americana americana: possui o alto da cabeça marrom escuro e vive no centro e nordeste do Brasil;Rhea americana araneipes: possui o alto da cabeça preto e é encontrada no oeste do Paraguai, leste da Bolívia e região do Pantanal, no Brasil;Rhea americana intermedia: possui o alto da cabeça avermelhado e vive no Uruguai e extremo sul do Brasil;Rhea americana nobilis: encontrada no leste do Paraguai. A ema é a maior e mais pesada ave do continente americano e é considerada a maior ave brasileira. Um macho adulto pode atingir 2 m de comprimento, alcançar 1,70 m de altura e pesar entre 25 e 35 kg. A envergadura pode atingir 1,50 m de comprimento. Tem o pescoço e as canelas compridos. Possuem pernas fortes e três grandes dedos em cada pé, cujas unhas são usadas como arma.


Se fizer muito calor, a ema dorme durante o dia e sai à noite para alimentar-se. Bebe pouca água. Quando algo muito próximo a assusta, abaixa o pescoço e afasta-se de repente num zigue-zague ligeiro, erguendo as asas e inflando a plumagem. Suas penas são usadas para decoração. Sua carne, embora muito mole, é comestível.  Apresentam plumagem do dorso marrom-acinzentada, com a parte inferior mais clara. O macho distingue-se por ter a base do pescoço, parte do peito e parte anterior do dorso, negros. Difere do avestruz por não apresentarem cauda e pigóstilo. Também não possuem glândula uropigiana (dilatação triangular de onde saem as penas da cauda das aves). Ao contrário das demais aves, há separação das fezes e da urina na cloaca. A ema é onívora, ou seja, come de tudo. Alimenta-se de frutas, sementes, folhas de grandes árvores, insetos, roedores, lagartos, moscas perto de carne em decomposição, cobras, moluscos, peixes entre outros. Além disso, a Ema come muitas pedrinhas, que servem para facilitar a trituração dos alimentos. A ema só vocaliza na época do acasalamento, quando o macho produz um som profundo e potente, ouvido de longe, quase como o mugido de um grande mamífero. É um urro forte, ventríloquo e bissilábico, vocalizando até mesmo durante a noite. Os filhotes emitem assobios melodiosos que lembram o canto do inhambu-relógio.Em outubro, no começo da época de acasalamento, o macho reúne um harém de 3 a 6 fêmeas, escolhe um território e faz o ninho. Na época do acasalamento, os machos abrem as asas e dão os seus passos de dança. Também cantam à moda deles para as fêmeas (as notas do canto parecem roncos). As fêmeas, por sua vez, também mantêm relações com outros machos, havendo, portanto, poliginia e poliandria na espécie. Como é o macho quem choca os ovos após a postura, as fêmeas procuram outro harém em formação, no qual irá passar pelo mesmo processo de acasalamento e postura dos ovos. Cada fêmea acasala com até três machos, podendo ter, portanto, cerca 12 a 15 crias.

Quando o macho choca os ovos, torna-se extremamente agressivo a qualquer aproximação, atacando com violência ao sentir alguma ameaça. Eles chegam a ficar oito semanas sem comer ou beber água - vivendo apenas de gordura corporal armazenada - para cuidar do ninho.  O macho constrói apenas um ninho em uma depressão no solo, forrando-o com capim, no qual todas as fêmeas botam os ovos. Cada fêmea coloca de 4 a 5 ovos no ninho, ou seja, em um harém composto por seis fêmeas, haverá em média 24 ovos. Quando o ninho está cheio de ovos, ele afasta as fêmeas e começa a chocá-los. As fêmeas retardatárias têm de botar os ovos apenas do lado do ninho. O macho, responsável pelo choco, altera frequentemente a posição do ovo, girando uma volta completa (360º) a cada 24 horas.  A incubação começa entre cinco e oito dias após as fêmeas terem iniciado a postura e pode durar de 27 a 41 dias. Os ovos eclodem todos no mesmo dia, são brancos, geralmente elípticos, e pesam, em média, 600 gramas. Os que não vingam são devorados ou colocados para fora do ninho e, ao quebrarem, atraem muitas moscas, cujas larvas, posteriormente, irão alimentar os filhotes. Os filhotes saem seis semanas depois e são cuidados pelo pai, defendendo-os dos inimigos naturais, como cachorros do mato, lagartos, gaviões, etc. Quando se encontram dois bandos pajeados, os dois machos travam uma briga entre si, ganhando o vencedor a chefia de todos. Atingem a maturidade sexual em dois anos. A ema é a segunda ave mais veloz em corridas do mundo, alcançando cerca de 60 km/h, perdendo apenas para o avestruz, que alcança os 80 km/h. Suas grandes asas permitem um maior equilíbrio, o que lhe a mudança de direção na corrida. Períodos longos de chuvas podem prejudicar a saúde das emas, pois suas penas, diferentemente da maioria das aves, não são impermeáveis.Em liberdade, as emas vivem em grupos, em bandos de 20 a 30 emas, se dispersando na época do acasalamento. Nessa época, o bando se separa em grupos menores, sempre compostos por 1 macho e, em média, 6 fêmeas.                     
A ema está na lista dos animais que estão em perigo de extinção. A destruição do habitat das emas para abrir espaço para a agricultura e agropecuária é a principal causa da diminuição da população dessa ave. A contaminação das emas com agrotóxico utilizado nas plantações, das quais a ema pode se alimentar, é outro fator considerável, assim como a caça para consumo.

 





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